terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A (não) implantação do BRT em Porto Alegre

Obras do BRT na Avenida Protásio Alves
Talvez quem não seja de Porto Alegre não saiba, mas entre as obras de mobilidade para a Copa do Mundo de 2014 estava a implantação do sistema de Bus Rapid Transit (BRT). Tal sistema é ampla e satisfatoriamente utilizado em cidades como Curtiba, Bogotá e Medellín, baseando sua estrutura em grandes ônibus, em estações de embarque e de desembarque, em vias segregadas e na possibilidade de ultrapassagem dentro dessas vias.

Acontece que Porto Alegre “optou” pelo pior sistema de transporte coletivo (e aqui coloco optou entre aspas, pois, de fato, nada foi feito e o sistema BRT está longe de ser verdadeiramente implantado). É poluente, barulhento, além de ocupar um espaço gigantesco que a cidade simplesmente não possui. O tram (ou elétrico), o chamado Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), amplamente utilizado na Europa, seria, sem dúvidas, um sistema perfeito para a característica viária de Porto Alegre: os corredores viários já existem, sendo necessário, tão somente, a montagem da rede elétrica. Mescla a eficiência do Metrô com a facilidade de execução, por exemplo, do BRT, além de ser muito mais confortável e bonito!

Quanto à funcionalidade, qualquer um dos dois que fosse implantado, nunca seria realmente eficiente se não fosse complementado por uma rede integrada com os outros meios de transporte. Além disso, Porto Alegre é uma metrópole, o fluxo diário na cidade muito se dá pelos moradores das cidades satélites que trabalham na capital. Portanto, nenhum sistema de transportes de massa deveria ser pensando exclusivamente para a cidade, mas sim para toda a Região Metropolitana.

P.S.: Hoje, no dia 6 de janeiro de 2015, as obras para implantação do sistema BRT em Porto Alegre, iniciadas em 2012, que deveriam estar prontas para a Copa do Mundo, continuam se arrastando. Para não dizer que nada foi feito, cobriram boa parte das pistas a serem utilizadas com concreto (que já está rachando, diga-se de passagem). Enquanto isso, os cidadãos porto-alegrenses sofrem com atrasos, com ônibus lotados e sem ar-condicionado, com paradas precárias e sem iluminação. Em suma, continuamos sofrendo com um sistema de transporte coletivo ineficiente.

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